Importamos esse modelo e gostamos da ideia. Porém, a tão esperada sexta-feira de novembro (que às vezes vira black week, black month e por aí afora) tem sido uma challenging friday — e, muitas vezes, um big problem.

Mas isso não é negativo! É parte da jornada de transformação digital e uma grande oportunidade de entregar melhores experiências para consumidores, evoluir processos e adequar a infraestrutura tecnológica envolvida.

Segundo a NielsenIQ Ebit, as vendas de 25 a 29 de novembro deste ano tiveram um crescimento nominal de 8% em relação ao mesmo período em 2020. O número de pedidos, no entanto, registrou queda de 8% — ou seja, o ambiente econômico (de juros em alta, desemprego e inflação elevada) inibiu parte das vendas.

O lado bom é que a infraestrutura de TI respondeu melhor, com menos interrupções e menos lentidão. De acordo com a consultoria SOFIST, que monitora 116 sites de e-commerce, em 2021 os problemas registrados nesse período foram 26% menores do que em 2020.

Na outra ponta, o número de tentativas de fraudes cresceu 131,5%, segundo monitoramento da ClearSale — mas com um aumento de detecção e frustração das tentativas de 79%. É uma boa notícia e um sinal claro: investimentos em tecnologia e cybersecurity continuam crescentes e necessários não só na Black Friday, mas também de segunda a segunda.

Tendências que a Black Friday 2021 aponta para os próximos anos

A Black Friday é um momento de vender mais, de se estabelecer como marca, fidelizar clientes e, ainda, de propor e testar novos canais e modelos, assim como abordagens de venda e atendimento. Algumas delas, aliás, devem continuar sua trilha rumo à consolidação:

Mais interatividade

Recursos como remarketing e retargeting em franca perseguição pelos e-mails, sites e redes sociais já não são suficientes para gerar engajamento. É necessário produzir experiências diferenciadas por meio de realidade aumentada e realidade virtual, por exemplo. Especialistas apontam que a taxa de conversão pode aumentar de 30% a 50% com a utilização dessas tecnologias.

Assistentes virtuais

Os bots e as personas digitais se consolidam no varejo, fazendo uma espécie de concierge para o consumidor. Há níveis e níveis, mas os investimentos em machine learning seguirão firmes para entregar experiências personalizadas — e cada vez mais assertivas.

Hiperpersonalização
Com a pandemia, nos acostumamos com o e-commerce, o digital e o on-line. No entanto, a experiência de compra ainda é “vanilla” na maioria dos casos. O grande desafio do varejo digital nos próximos anos é, na verdade, produzir uma experiência personalizada no ambiente virtual.

Thank God is friday!

Já existem marcas de consumo fechando as lojas na Black Friday como uma forma de remeter a conceitos como consumo consciente, qualidade de vida e economia circular — assim como à necessidade de equilibrar nossos impactos no meio ambiente. Será que pega?

Integração da cadeia

A ordem é que fabricantes, marketplaces e plataformas de logística estejam conectadas e distribuídas para ampliar a velocidade e reduzir os custos de entrega. Entrega no mesmo dia? Coisa do passado. A tônica agora é a entrega na mesma hora (na verdade, dentro de uma hora — mas preferencialmente em 10 minutos).

Precificação dinâmica

O just-in-time agora vale para a precificação, ajustando preços e promoções ao comportamento do consumidor. É o varejo passando a funcionar como uma bolsa de valores. Grandes marketplaces já utilizam essa dinâmica para tornar suas políticas de preços mais assertivas.

E como se preparar para o Natal?

O sonho de passar pela Black Friday ou Natal apenas com erros downtime é um pouco utópico. Os movimentos do consumo têm uma boa dose de imprevisibilidade. E, mesmo que você tenha a infraestrutura azeitada, flexível e elástica, ainda sobra a necessidade de, eventualmente, ajustar oferta, preço, promoção. Essa é a emoção do varejo que respinga na equipe de TI.

Não é à toa que temos aí monitoramento de aplicações (APM), observability, DevOps… E, ainda, seus parceiros de outsourcing —que podem engrossar o time nesses momentos.

Antes, porém, é fundamental dar uma auditada em seus ativos digitais e refazer testes na infraestrutura e aplicações — além de checar a segurança com um pentest e/ou um simulador.

Essa é a “enfeitada” que o time de tecnologia dá na sua dimensão digital de varejo. Além disso, é fundamental verificar se não há também aquele projeto que precisa de um reforço no time nos meses que antecedem tais datas para que, assim, estejam perfeitamente prontos com uma boa dose de antecedência.