Há algum tempo o mundo vem atravessando o que passou a ser chamado de transformação digital. A pandemia da Covid-19, porém, entrou com os dois pés na porta — e acelerou esse processo. Em questão de meses assistimos mudanças que, certamente, só viriam daqui a alguns anos. As organizações estão diferentes, os consumidores estão diferentes e o perfil do trabalhador também mudou: agora é um trabalhador digital.

 

Temos, portanto, um novo ambiente de trabalho e de negócios, que exige maior destreza com plataformas de comunicação. E, dependendo de sua posição e atividade, com tecnologias que já emergiram — e continuarão emergindo. Em qualquer área de atuação, hoje os profissionais dependem de sistemas e softwares para a realização de atividades rotineiras, comunicação e acompanhamento de resultados.

 

E essa “destreza digital” tornou-se essencial para profissionais de todas as esferas porque também são cruciais para a competitividade das empresas no século XXI. Mas isso não se resume ao conhecimento acerca da tecnologia. Trata-se de um mindset diferente — e isso também significa ser mais empático, analítico, ágil e organizado, entre outras características.

 

SOFT SKILLS do novo profissional

São habilidades essenciais para todo tipo de profissional — e tornam-se mais importantes a cada dia. Principalmente para os profissionais mais técnicos. Em outras palavras, não basta ter melhor conhecimento e experiência na matéria se o profissional deixa a desejar no, digamos, “jogo de cintura”.

 

Assim, além da capacidade técnica, entram em campo habilidades sociais, mentais, comportamentais e emocionais. Vale ressaltar que as soft skills, muitas vezes, fazem parte da natureza de cada indivíduo; no entanto, podem ser adquiridas, treinadas e desenvolvidas.

 

Estas são as principais soft skills:

 

Criatividade

É fundamental ser criativo para buscar caminhos e resolver problemas. No final da linha, a criatividade é aquele insight que auxilia em todo o processo de inovação. E, ao contrário do que se possa imaginar, não se trata de uma habilidade necessária apenas ao pessoal do marketing ou de desenvolvimento de produto — já que também faz diferença para as rotinas do dia a dia.

 

Comunicação

Dizia o poeta Fernando Pessoa que “a prosa é confusa, mas o pensamento não”. Certo, mas em pleno século XXI é fundamental que a prosa esteja alinhada ao pensamento. Assim, é possível evitar retrabalho, frustração de expectativas, má usabilidade e desentendimentos.

Liderança

Essa é uma velha conhecida de treinamentos e coachings. Não se trata mais da habilidade de ser o gerente, mas de liderar a resolução de um problema, um processo, um momento de brainstorming. E, mais do que tudo isso, é a capacidade de motivar as pessoas que trabalham com você — inclusive pares ou superiores.

 

Adaptabilidade

O mundo está digital, ágil e em mutação o tempo todo. Mesmo os velhos projetos em cascata (waterfall), com vistas ao desenvolvimento de softwares, deram lugar aos métodos ágeis. Por isso, os planejamentos de longo prazo ganharam OKRs (Objective and Key Results) aferidos em períodos curtos — muitas vezes mensais. Hoje, empresas e profissionais vivenciam diariamente um processo de “check and adapt”. Tudo muda o tempo todo, e é preciso estar preparado para se adaptar.

 

Resiliência

É o “check and adapt” levado às últimas consequências. Resistir sem ser resistente. É uma habilidade que implica muito no emocional. Significa ter capacidade de assimilar golpes e se aprumar rapidamente, em um processo de enfrentamento das adversidades e do estresse.

 

Colaboração

A dificuldade de trabalhar em equipe é extremamente prejudicial para o êxito em projetos de TI. Por essa razão, a colaboração consiste em uma soft skill essencial — e sua importância aumenta a cada dia.

 

A necessidade contínua de adaptação, evolução e inovação demanda maior capacidade de colaboração — que faz grande diferença quando combinada com skills como criatividade e adaptabilidade porque produz resultados mais efetivos. Afinal, trata-se da habilidade de se relacionar, de forma harmônica e sistematizada, com outros profissionais.

 

Empatia

Foi-se o tempo em que o grande profissional vestia a camisa da empresa. É hora de vestir a cabeça. E não só isso: é preciso enxergar problemas, necessidades e situações com o olhar do outro.

 

Existem, ainda, inúmeras habilidades mais técnicas que permeiam diversas posições — e a maioria tem a ver com a compreensão de comportamentos para proporcionar vantagens às organizações. Muitas também estarão intimamente associadas a essas soft skills, que potencializarão a capacidade do profissional de entender o ambiente, além de analisar dados e situações para — de novo — ser criativo, adaptar-se e colaborar para garantir inovação e resultados.

 

Algumas das características importantes para esses novos profissionais consistem, aliás, em gerenciamento da informação, visão estratégica e aprendizagem exponencial. Ou seja, além de habilidades relacionadas à maneira de proceder e realizar em ambientes digitais ou híbridos, é necessário, ainda, que estejam bem respaldados por uma série de “inteligências” adicionais.